domingo, 15 de agosto de 2010

Odisseu e seus calos

Hoje
Meus calos ergueram-se
E criaram ânimos,
Eu sou
o que ora em vão.
E no vão que durmo,
Há cheiro de flores vermelhas,
Há cheiro de lixo branco.
E as cores
se misturam no preto – penumbra.
Que perpassa o meu espírito,
E mostra-me
o arqueiro que sou eu!
Sou eu o homem que fere,
E dilacera o sonho do arco,
Pois Odisseu não mora em Itaca!
Odisséia é sua morada!
É morada
de todos os que sonham
e esquadrinham o progresso.
O verdadeiro
Odisseu nunca retorna a Itaca,
Odisséia é a tua vida!
O arco teu único amigo!


Reinaldo Sousa. 19 de setembro de 2009.

Hoje acordei e sentir vontade de gritar. E meu grito abafado vomitou poemas censurados, por isso republico o desabafo acima.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desencontro

Reencontro
certos momentos
Em mim os desencontros.
Não há
Um litoral a margem
Dos meus sonhos,
Nem há
Sombra dos oceanos
Permeando as minhas noites
De desilusões.
Mas reencontro nessas águas,
Os sentimentos de dantes.
Como se as forças perdidas nas coxias,
Dos cavalheiros inglórios,
Trouxessem para mim invenções
De um brinquedo moderno,
E do reencontro com os desencontros.

Reinaldo Sousa. 12 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Para além de Ti

Eu aprendi a desejar,

Para além dos limites dos homens,

Dos limites da racionalidade,

E até mesmo da integridade.

Sou efeito de uma onda,

Que se quebra nas pedras

De uma praia viajada em sonhos.

Nada real.

Só eu desejo.

E viajo nos sentimentos,

E das sensações alcoólicas.

Eu aprendi a desejar,

Para além do controle,

Para além da racionalidade,

Para além da morte,

E para além de Ti.

.

Reinaldo, 09 de agosto de 2010.