quarta-feira, 30 de setembro de 2009

À Valquiria Costa

Quem nos teus olhos,
não mergulhou em segundos,
e aceitou o calor?
Reconhecendo nos sentidos,
a força que emana e afasta,
os imperfeitos do seu chalé.
Fui repelido!
Mas fui laçado pelos teus dreads,
Que cheira a alfazema!
Que cheira a almíscar!
Só existe em teus olhos,
o reino da orixá – odoya!
Muitos reinos se fazem em tua boca saphica,
e logo o opressor – nós mesmos,
a atiramos no mítico penhasco do exílio.
Quem nunca ouviu tua voz de lá,
clamando por justiça,
não distingue o significado,
de existir em movimento,
mesmo que enjaulada.
Não distingue
viver em guerra ao viver
nas ilhas belas de Lesbos – A casa de Saphu,
não descobrem a feminilidade,
vêem a insana que existe unicamente
nos olhos de quem vê,
na essência de quem calunia.
Valquíria minha irmã,
que teus dias sejam
acrescentados no exílio – o mundo,
para que possamos
ouvir teus gritos.
Amo-te!


Reinaldo Sousa. 30 de setembro de 2009.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

À Deusa do nosso Örun

Só quem
teve a glória de olhar
em teus olhos,
de tocar a sua pele,
distingue o sentido de viver,
e morrer em tua tez.
Há em Örun
inveja das deusas!
Há na Terra
inveja dos mortais!
Pois só a tua boca – lábios negros,
Reflete o brilho de ser jovem,
de Ser mulher,
de Ser Cris,
de Ser a chuva,
que incendeia poesia e doçura,
e trás vida para a mocidade futil,
e esperança nessa guerra.
Só quem
teve a gloria de beijar a mão,
da deusa do nosso Örun,
movimenta e entende
o mundo.


Reinaldo Sousa. 22 de setembro de 2009.

Um poema em homenagem a minha Deusa CRISTIANE LOPES, teu brilho ofusca os Deuses e as Deusas COMPANHEIRA!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Odisseu e teus calos

Hoje
Meus calos ergueram-se
E criaram ânimos,
Eu sou
o que ora em vão.
E no vão que durmo,
Há cheiro de flores vermelhas,
Há cheiro de lixo branco.
E as cores
se misturam no preto – penumbra.
Que perpassa o meu espírito,
E mostra-me
o arqueiro que sou eu!
Sou eu o homem que fere,
E dilacera o sonho do arco,
Pois Odisseu não mora em Itaca!
Odisséia é sua morada!
É morada
de todos os que sonham
e esquadrinham o progresso.
O verdadeiro
Odisseu nunca retorna a Itaca,
Odisséia é a tua vida!
O arco teu único amigo!


Reinaldo Sousa. 19 de setembro de 2009.

Eis a Ordem e o Progresso do BRASIL!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Catrina

As vezes
me pego sonhando,
Catrina - a negra.
Ela
em que meus
olhos fitam
além-mundo, ainda que perto.
E que minha
boca seca, beija em sonhos
românticos.
Tolos.
Ela
retribui sem saber e
parvo como sou - sonho e acordo.
Acordo e sonho,
para a realidade vil que é minha
vida.
Depois,
no levantar
da cama, tenho lembranças
do que não lembro.
Quem sabe,
não recordar seja o melhor - recordo.


Reinaldo Sousa. 17 de setembro de 2009.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Caminhos e pincéis

Eu ando
entre portas escuras,
que dão para outras.

E sigo
setas que indicam
lugares similares.

Caminhos
que sigo e que
não são escolhas minhas;


em todos nós
um pincel infernal e celestial.

Eles pintam...
Eu finjo
bordar meu acaso.

Eu ando
parado na estrada de tinta,
então cavo,
chego no fundo,
chego em nada,
mas cavo,
e me espanto com o fundo.


Reinaldo Sousa. 14 de setembro de 2009.

Escolha!

domingo, 13 de setembro de 2009

Juro

Jurar que vi en el mar,
y en la tierra tu cara.
Eras la puesta del sol como el mar,
y los huracanes en la Tierra.
Su caída del cabello como la lluvia en desabrigado.
Y su cuerpo fue como los ríos del Amazonas vista desde el cielo.
Seguramente te amo,
y si no es amasar,
Hoy el amor y el amor.
Sus ojos y su boca,
me persigue incluso en sueños,
y como un soñador,
cantando alabanzas de la esperanza de verlo de nuevo.
Jurar que son reales.
Y aquellos que piensan que estoy loco,
la locura no lo ven y le encanta.
Venir.
Mostrar la cara, por lo que es vingado.
Y, como aves de presa, estraçalhar mi invejosos y reír.
Jurar que son reales.


Reinaldo Sousa. 27 de abril de 2007

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"meditações antropologicas"

Eu estou escrevendo um diário, sugestão do meu professor da disciplina Fundamentos Sócio antropológicos da Educação (Prof. Helyom Viana), será um livro com registro do meu aprendizado no curso de Pedagogia da Faculdade da Cidade do Salvador, então resolvi postar aqui alguns trechos que são resultados de minhas "meditações antropologicas".


[...]
Porque tenho que dizer como os outros devem levar a sua vida, no que devem acreditar, o que devem comer, como devem agir? Há em nós um deus soberbo, somos sempre o imortal e outros os que morrem, os que pecam, os que trai, os que mentem.

[...]
A verdade, somos a sua representante, a mentira visita o outro, os que estam próximo.

[...]
Eu sou, ele será. Eu tenho, ele nunca terá. O que há em nós, é reflexo do rio de nós mesmos. Tentamos o tempo todo viver o que não somos, só o que queremos ser. Mas, antes exigimos do outro. Talvez seja mais fácil.


Reinaldo Sousa. 12 de setembro de 2009.

de Josie Costa:

Corante

Ver-te a cor que não tenho
Rogo ao verde que te quero
Vi nos olhos de alguém
Linda cor que eu venero
Verdecer é o meu desejo
Alma e corpo por inteiro
Lado novo inquietante
Tudo verde, verdejante.
Ser um humilde verdoengo,
Eu só quero Verde Ser.


J. Costa
Para Reinaldo, um íntimo univerde.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O leite derramado...

Eu tenho saudades, das sombras e das risadas dos tempos, coisas de adolescentes, sonhos de criança que adentra a realidade e faz do adulto, ser desprezível, um humano. Tenho estado pensando sobre minha vida, e sempre chego às coisas que não fiz, que não crie, e acabo caindo num sentimento que é sempre meu. Que só eu entendo. Não sou compreensível a ninguém, nem a quem me deu a vida, nem a quem me dará a morte. O destino vive pregando peças em mim, e caio em abismo de animação, que não são diferentes dos outros. O resultado é que derramo o leite, e choro por ele. Eu choro, o faço calado, e ainda chorando respiro, mas só eu sei a dor que sinto em meus pulmões. Fora isso, não sinto mais nada em mim se transformando, nem no amor, onde minha metade da laranja apodreceu antes de mim. Então, me pergunto, há felicidade para um estrangeiro no mundo? Arrisco dizer que não. Então derramo o leite e choro por ele.


Reinaldo Sousa. 7 de setembro de 2009.

sábado, 5 de setembro de 2009

Padre, eu pequei!


- Perdoe-me padre, EU PEQUEI.
- Diga meu filho, quais são os teus pecados, para que eu possa interceder aos céus a seu favor.
- Padre, são muitos os meus pecados. Primeiro, eu sou POBRE, quase MISERAVEL; segundo, sou NEGRO e FAVELADO; terceiro, sou HOMEM e MAL EDUCADO, o ultimo eu descobri recentemente, e esse padre me tira o sono, sou MACHISTA.
- Meu filho, posso te absorver de todas as QUALIFICAÇÕES, mas MACHISMO é um PECADO MORTAL, reze duas Ave Maria e três Pai Nosso.
- Obrigado padre.


Reinaldo Sousa. 05 de setembro de 2009

Eu dedico carinhosamente o diálogo acima, a todas feministas que fazem parte do contexto onde vivo. Se todos os homens são machistas, há algo de errado no útero.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O azeite e o homem

- Não!
- Viver requer ferramentas e construções eu tenho que ser reflexivo.
- Não! Eu não sou dado ao moralismo, eu me imponho. Invado...
- Os homens necessita da fé, dos dogmas para viver em cultura.
- Eu necessito da cultura para dominar os dogmas e a fé.
- Mas...
- Eu sou aquele que fecha e abre as portas do sentimentalismo.
- Você fala como se não vivesse a realidade.
- Meu caro, a realidade é passível de ilusão, posso transforma-la.
- Eu sou humano demais!
- Eu sou o azeite!


Reinaldo Sousa