quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A voz dela

Em mim
há calafrios
quando ouço certas vozes,
sinto em minhas espinhas
os verdadeiros sentidos dos diálogos.
Ainda,
me acostumarei
com as vozes
macias das amantes e das viúvas,
que cheiram a leite e a sexo.
Terei que percorrer as vias,
e os caminhos
que dão para as falácias
de vozes tão meigas,
que ardem meu intimo
e fere meus ouvidos.
Chego a sentir frio
e minhas mãos ficam molhadas
ao sentir entrar na porta dos sons
a voz dela.

Reinaldo Sousa. 26 de novembro de 2009.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

La desaparición

No camine
pensando que me parece,
si me escondo.

Mi memoria caché,
no sólo en los agujeros
están vinculados en las puertas,
que sólo el diablo y sus ángeles tienen la clave.

No camine
Pensé que era,
si me escondo.

Atajos
ocultos en el bosque,
están sumergidos por el mar
sólo Iemanjá y su tiene la llave.

No camine
Pensé que era
si me escondo.

Los cementerios
Las tumbas mirada oscura y son.
Están encerrados en el silencio,
Que sólo yo tengo la llave.

No camine
Pensé que era
si me escondo.


Reinaldo Sousa. 12 de maio de 2009
Tradução para o Espanhol realizada em 25 de novembro de 2009.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sonho real

Você é real!
Quisera ser um sonho!
Prefiro os sonhos!
Pois entre becos,
Portas para sonhos,
Há becos sem portas!
E nelas encontro às saídas,
Chegadas para os inícios.
Vivo assim.
Sonhando o real.
Sonhos de becos e portas,
Sonhos de chegadas e saídas.
Você é real!

Reinaldo Sousa. 24 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

GRANDES AMORES...

Foto de Reinaldo Sousa

Na foto Sra. Sousa e Ronald Sousa

domingo, 8 de novembro de 2009

POEMA DA GRANDE ALEGRIA

“Olhavas-me tanto e estavas tão perto de mim que, no meu êxtase, nem sabia qual fosse cada um de nós... Era num lugar tão longe que nem parecia neste mundo... Num lugar sem horizontes, onde sobre águas imóveis, havia lótus encantados... Vinham de mais longe, de ainda mais longe, músicas sereníssimas, imateriais como silêncio... Músicas para se ouvirem com a alma, apenas... E tudo, em torno, eram purificações... Não sei para onde me levavas: mas aqueles caminhos pareciam os caminhos eternos que vão até o ultimo sol... E eu me sentia tão leve como o pensamento de quem dorme... Eu me sentia com aquela outra vida que vem depois da vida... Eleito, ó Eleito, eu queria ficar sonhando para sempre, queria ficar, para sempre, tão perto de ti que, no meu êxtase, nem se pudesse saber qual fosse cada um de nós...”.
Cecilia Meireles.
Nunca sentir tanto lendo um texto...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Saudades do que não lembro

Eu
sempre tenho
saudades do que não lembro.
Das nuvens
negra do inverno nas montanhas.
Da água salgada
revolta em mar aberto – deriva.
Das imagens,
mergulhos profundos.
Do sete
mares do aventureiro.
Há saudades
dos mares que desconheço,
E há lembranças,
dos mares viajados – experimentados,
A despeito,
continuo sentindo
saudades do que não lembro,
e volto aos mares.

Reinaldo Sousa. 03 de novembro de 2009.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Castelo de Otranto - RECOMENDO



O Castelo de Otranto (em Inglês, The Castle of Otranto) é um romance de 1764 escrito por Horace Walpole. É o primeiro romance da literatura gótica, tendo inspirado muitos autores posteriores, como Ann Radcliffe, Bram Stoker, Daphne du Maurier e Stephen King.

Esta é a primeira história de terror da literatura, inspiradora de muitos autores do Romantismo, e exercendo influência decisiva nas obras de Edgar Allan Poe e Lovecraft. Por meios ilícitos, o príncipe Manfred apropria-se de um castelo pertencente a sua família, forçando o casamento com sua sobrinha. Uma antiga maldição o impede de ter a posse definitiva da propriedade, pois forças sobrenaturais agem contra o destino.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Carências

Eu sempre
caio nos abismo comuns
a todos os que se apegam!
E choro
o choro das viúvas,
que perdem seu agressor.
Existe em mim,
a carência seqüela do leite,
e dedico meus dias
as coisas e
as pessoas inescrupulosa.
Torno-me igual a elas,
e acordo aos prantos,
pingando o sangue de feridas,
que cicatrizam e ferem,
num eterno ciclo ingênuo.


Reinaldo Sousa. 27 de outubro de 2009.

sábado, 17 de outubro de 2009

A golpista

Maria,
não acredito em você,
no seu charme de mulher.
Tua mandingueira quebrou-se,
com a luz dos teus olhos,
quando deste o golpe.
O esperar dos espertos,
que minha face angelical equivale o que sou,
e minha suave voz o que penso.
Enganam-se!
Sou aquele que não se descobre,
e que adentra a racionalidade,
revestido da imagem ingênua.
Mas há em mim,
anseio de ter fé na ingenuidade,
na construção social e na humanidade.
Tenho que enxergar através dos golpes,
a ingenuidade do teu sorriso,
do contrario eu seria o golpista.

Reinaldo Sousa. 16 de outubro de 2009.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Para onde vou

Hoje mais do que nunca espero resposta que não recebi quando criança, e possivelmente não receberei. Qual o sentido da vida, se logo após morremos. Sem saber isso, eu vivo vegetando, acreditando em sonhos de uma minoria que sonha alcançar o inatingível, e vivem ceifando vidas – famílias e amigos –, em prol de um futuro que a cada dia esvanece. Vivo acreditando na fidelidade, no amor, na amizade e em algo que vai além do meu próprio entendimento. E concluo sempre que há em nós, a sensação que somos eternos e vivemos como semi-deuses, por isso, tanto santos e santas nos altares da fé, esquecemos que a fé é crer no que não se pode ver, e partimos para fé no dinheiro e nas possibilidades que o mesmo trás. Agimos como golpistas em sonhos alheios e ainda nos colocamos nos altares da ingenuidade. Cansei de tentar agradar aos gregos, pois eles são iguais aos troianos.
Ingênuo sou, que acredito em fadas e seus condões, principalmente nos contos da Carrochinha que é formada em Ciências Políticas. Precisa-se de estômago violento para desfilar em espaços políticos, espaços onde habitam os males de todas as culturas do atual homem e mulher. Não acredito mais nesse mundo e nem na criança que se faz presente no meu sobrinho, nem nas mulheres que os colocam no mundo. Neles já se nota, a sociedade voltada para os prazeres dos bárbaros. Pois o útero, o pênis e a boca corrompida é resultado das desgraças humanas, por isso deixo de acreditar nas pessoas.
Ao mesmo que deixo de acreditar no presente e no futuro – uma correção educacional que minha mãe me proporcionou – passo a acreditar agora que sou livre para fazer minhas escolhas, não preciso e nem sou preso a nada e a ninguém. Minha vida deve ser vivida para alcançar os meus próprios objetivos, é claro, moldado e reflexionado pelo destino do mundo, pois não temos a escolha literal, mas temos a possibilidade de optar entre os caminhos dados.
Assim deixo hoje de acreditar nas fadas e nos fardos, e parto agora para acreditar em mim, e nos meus sentidos – meu poema. Deixo hoje de acreditar na amizade, e me apego ao amor incondicional e verdadeiro que me sustenta, o de minha mãe. Minha mãe a única a quem devo inclinação da minha coluna e devoção no seu altar – teu colo. Ela é a única que me dirá a verdade, e junto à mesma a anestesia, para que o mundo não me veja chorando.
Enfim, depois de escrever essas linhas, relendo o que escrevi, percebi o porquê não recebi as respostas de minhas interrogações quando criança. Acordei, mesmo que tardiamente para o mundo dos céticos e dos acordados.

Reinaldo Sousa. 10 de outubro de 2009.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Caminhos e pincéis

Eu ando
entre portas escuras.
E outras.


em nós
o infernal e celestial.

Eu finjo
bordar meu acaso.

Eu ando
na estrada.
Tinta.

Fundo O nada,
E cavo
o fundo.

Reinaldo Sousa e Ronaldo Braga. 14 de setembro de 2009.

Obs.: O poema acima foi transformado por RONALDO BRAGA em 05 de outubro de 2009.

domingo, 4 de outubro de 2009

Diálogo em homenagem ao AMOR


- Lembra, quando eu lhe acalentava nos dias frios e de precipitação?
- Não era eu...
- Lembra, eu sei que lembra das noites profundas, dos nossos planos e ideais, das risadas ecoando entre estrelas e luas até o amanhecer... da chuva molhando nossos planos e nosso sexo na penumbra da noite.
- Não era eu... Eu sou varias, dentre elas, sou a amante.
- Você me abriu o mundo.
- Não...
- Eu preciso saber o que estar acontecendo?
- Nunca te amei!


Reinaldo Sousa. 04 de outubro de 2009.
Obs.: Trecho do diálogo de dois personagens reais.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

À Valquiria Costa

Quem nos teus olhos,
não mergulhou em segundos,
e aceitou o calor?
Reconhecendo nos sentidos,
a força que emana e afasta,
os imperfeitos do seu chalé.
Fui repelido!
Mas fui laçado pelos teus dreads,
Que cheira a alfazema!
Que cheira a almíscar!
Só existe em teus olhos,
o reino da orixá – odoya!
Muitos reinos se fazem em tua boca saphica,
e logo o opressor – nós mesmos,
a atiramos no mítico penhasco do exílio.
Quem nunca ouviu tua voz de lá,
clamando por justiça,
não distingue o significado,
de existir em movimento,
mesmo que enjaulada.
Não distingue
viver em guerra ao viver
nas ilhas belas de Lesbos – A casa de Saphu,
não descobrem a feminilidade,
vêem a insana que existe unicamente
nos olhos de quem vê,
na essência de quem calunia.
Valquíria minha irmã,
que teus dias sejam
acrescentados no exílio – o mundo,
para que possamos
ouvir teus gritos.
Amo-te!


Reinaldo Sousa. 30 de setembro de 2009.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

À Deusa do nosso Örun

Só quem
teve a glória de olhar
em teus olhos,
de tocar a sua pele,
distingue o sentido de viver,
e morrer em tua tez.
Há em Örun
inveja das deusas!
Há na Terra
inveja dos mortais!
Pois só a tua boca – lábios negros,
Reflete o brilho de ser jovem,
de Ser mulher,
de Ser Cris,
de Ser a chuva,
que incendeia poesia e doçura,
e trás vida para a mocidade futil,
e esperança nessa guerra.
Só quem
teve a gloria de beijar a mão,
da deusa do nosso Örun,
movimenta e entende
o mundo.


Reinaldo Sousa. 22 de setembro de 2009.

Um poema em homenagem a minha Deusa CRISTIANE LOPES, teu brilho ofusca os Deuses e as Deusas COMPANHEIRA!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Odisseu e teus calos

Hoje
Meus calos ergueram-se
E criaram ânimos,
Eu sou
o que ora em vão.
E no vão que durmo,
Há cheiro de flores vermelhas,
Há cheiro de lixo branco.
E as cores
se misturam no preto – penumbra.
Que perpassa o meu espírito,
E mostra-me
o arqueiro que sou eu!
Sou eu o homem que fere,
E dilacera o sonho do arco,
Pois Odisseu não mora em Itaca!
Odisséia é sua morada!
É morada
de todos os que sonham
e esquadrinham o progresso.
O verdadeiro
Odisseu nunca retorna a Itaca,
Odisséia é a tua vida!
O arco teu único amigo!


Reinaldo Sousa. 19 de setembro de 2009.

Eis a Ordem e o Progresso do BRASIL!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Catrina

As vezes
me pego sonhando,
Catrina - a negra.
Ela
em que meus
olhos fitam
além-mundo, ainda que perto.
E que minha
boca seca, beija em sonhos
românticos.
Tolos.
Ela
retribui sem saber e
parvo como sou - sonho e acordo.
Acordo e sonho,
para a realidade vil que é minha
vida.
Depois,
no levantar
da cama, tenho lembranças
do que não lembro.
Quem sabe,
não recordar seja o melhor - recordo.


Reinaldo Sousa. 17 de setembro de 2009.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Caminhos e pincéis

Eu ando
entre portas escuras,
que dão para outras.

E sigo
setas que indicam
lugares similares.

Caminhos
que sigo e que
não são escolhas minhas;


em todos nós
um pincel infernal e celestial.

Eles pintam...
Eu finjo
bordar meu acaso.

Eu ando
parado na estrada de tinta,
então cavo,
chego no fundo,
chego em nada,
mas cavo,
e me espanto com o fundo.


Reinaldo Sousa. 14 de setembro de 2009.

Escolha!

domingo, 13 de setembro de 2009

Juro

Jurar que vi en el mar,
y en la tierra tu cara.
Eras la puesta del sol como el mar,
y los huracanes en la Tierra.
Su caída del cabello como la lluvia en desabrigado.
Y su cuerpo fue como los ríos del Amazonas vista desde el cielo.
Seguramente te amo,
y si no es amasar,
Hoy el amor y el amor.
Sus ojos y su boca,
me persigue incluso en sueños,
y como un soñador,
cantando alabanzas de la esperanza de verlo de nuevo.
Jurar que son reales.
Y aquellos que piensan que estoy loco,
la locura no lo ven y le encanta.
Venir.
Mostrar la cara, por lo que es vingado.
Y, como aves de presa, estraçalhar mi invejosos y reír.
Jurar que son reales.


Reinaldo Sousa. 27 de abril de 2007

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"meditações antropologicas"

Eu estou escrevendo um diário, sugestão do meu professor da disciplina Fundamentos Sócio antropológicos da Educação (Prof. Helyom Viana), será um livro com registro do meu aprendizado no curso de Pedagogia da Faculdade da Cidade do Salvador, então resolvi postar aqui alguns trechos que são resultados de minhas "meditações antropologicas".


[...]
Porque tenho que dizer como os outros devem levar a sua vida, no que devem acreditar, o que devem comer, como devem agir? Há em nós um deus soberbo, somos sempre o imortal e outros os que morrem, os que pecam, os que trai, os que mentem.

[...]
A verdade, somos a sua representante, a mentira visita o outro, os que estam próximo.

[...]
Eu sou, ele será. Eu tenho, ele nunca terá. O que há em nós, é reflexo do rio de nós mesmos. Tentamos o tempo todo viver o que não somos, só o que queremos ser. Mas, antes exigimos do outro. Talvez seja mais fácil.


Reinaldo Sousa. 12 de setembro de 2009.

de Josie Costa:

Corante

Ver-te a cor que não tenho
Rogo ao verde que te quero
Vi nos olhos de alguém
Linda cor que eu venero
Verdecer é o meu desejo
Alma e corpo por inteiro
Lado novo inquietante
Tudo verde, verdejante.
Ser um humilde verdoengo,
Eu só quero Verde Ser.


J. Costa
Para Reinaldo, um íntimo univerde.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O leite derramado...

Eu tenho saudades, das sombras e das risadas dos tempos, coisas de adolescentes, sonhos de criança que adentra a realidade e faz do adulto, ser desprezível, um humano. Tenho estado pensando sobre minha vida, e sempre chego às coisas que não fiz, que não crie, e acabo caindo num sentimento que é sempre meu. Que só eu entendo. Não sou compreensível a ninguém, nem a quem me deu a vida, nem a quem me dará a morte. O destino vive pregando peças em mim, e caio em abismo de animação, que não são diferentes dos outros. O resultado é que derramo o leite, e choro por ele. Eu choro, o faço calado, e ainda chorando respiro, mas só eu sei a dor que sinto em meus pulmões. Fora isso, não sinto mais nada em mim se transformando, nem no amor, onde minha metade da laranja apodreceu antes de mim. Então, me pergunto, há felicidade para um estrangeiro no mundo? Arrisco dizer que não. Então derramo o leite e choro por ele.


Reinaldo Sousa. 7 de setembro de 2009.

sábado, 5 de setembro de 2009

Padre, eu pequei!


- Perdoe-me padre, EU PEQUEI.
- Diga meu filho, quais são os teus pecados, para que eu possa interceder aos céus a seu favor.
- Padre, são muitos os meus pecados. Primeiro, eu sou POBRE, quase MISERAVEL; segundo, sou NEGRO e FAVELADO; terceiro, sou HOMEM e MAL EDUCADO, o ultimo eu descobri recentemente, e esse padre me tira o sono, sou MACHISTA.
- Meu filho, posso te absorver de todas as QUALIFICAÇÕES, mas MACHISMO é um PECADO MORTAL, reze duas Ave Maria e três Pai Nosso.
- Obrigado padre.


Reinaldo Sousa. 05 de setembro de 2009

Eu dedico carinhosamente o diálogo acima, a todas feministas que fazem parte do contexto onde vivo. Se todos os homens são machistas, há algo de errado no útero.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O azeite e o homem

- Não!
- Viver requer ferramentas e construções eu tenho que ser reflexivo.
- Não! Eu não sou dado ao moralismo, eu me imponho. Invado...
- Os homens necessita da fé, dos dogmas para viver em cultura.
- Eu necessito da cultura para dominar os dogmas e a fé.
- Mas...
- Eu sou aquele que fecha e abre as portas do sentimentalismo.
- Você fala como se não vivesse a realidade.
- Meu caro, a realidade é passível de ilusão, posso transforma-la.
- Eu sou humano demais!
- Eu sou o azeite!


Reinaldo Sousa

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ABAIXO O RADICALISMO!!!

O maior radical que a história já viu:

Precisamos ver outros?

-------------------------------------

Não existem obstáculos intransponiveis para aqueles que sabem, com benignidade, falar as almas. O mundo pede energia, não violência.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os desejos do quarto



Tenho
andado em quartos,
fechados,
lacrados de suores,
fragancia adocicada
e rendida de dores.

Tenho
estado calado,
reservado,
sentindo as dores,
como só eu sinto as flores,
arder no tálamo.

É lâconico o adorar,
e conciso o amar.
De tudo resta-me,
apenas desejar.

Então eu aspiro o ar dos mortos,
a sede dos sedentos,
a cruz dos amaldiçoados,
e o desejo de não ter mais que ansiar.

Tenho
andado em quartos,
mas só eu sei,
o caminhos deles.

Reinaldo Sousa. 25 de agosto de 2009.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sob Medida

[...]

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece

Dedico esse trecho da musica de Chico Buarque, aos amores de meu coração.
Reinaldo Sousa. 22 de agosto de 2009.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eis o momento dos psicopatas


Eis o momento dos psicopatas. Eu confesso que estou aprendendo muito com novelas. Hoje estou apaixonado pelo roteiro de Gloria Maria Ferrante Perez, e seus maravilhosos personagens da novela Caminhos das Índias. Não tenho como não ficar impressionado com a personagem Ivone, interpretada pela maravilhosa Letícia Sabatella.
Mas enfim, decidir tentar escrever hoje sobre os psicopatas, para mim se resumi nos “mau caráter” e o seu tempo, como diz o personagem Tchatcha, estamos no “tempo de Kali Yuga”, é a era de ferro, tempos da intoxicação, a prostituição, a matança de animais, a destruição da natureza e a jogatina. Essa é a era em que a gratificação dos sentidos é a meta da existência e acredita-se somente no que se vê — não existe misericórdia.
O que seria caráter? Caráter é a soma de hábitos, virtudes e vícios, é a imagem interior de uma pessoa. Caráter, em sua definição mais simples, resume-se em índole ou firmeza de vontade. Já cheguei a acreditar que o mesmo pode ser influeciado pelo meio em que vive, mas tenho minha duvidas hoje, sobre essa construção.
Voltando a personagem de Leticia Sabatella (Ivone), pois é um exemplo de “caráter duvidoso”, no caso dela, os psicólogos dizem ser psicopatia. Primeiro quero deixar claro que não sou defensor dos maus caráter. Mas fiquei sim meio sensibilizado, por Ivone quando descobrir que segundo alguns pesquisadores, a psicopatia é resultado da falta de superego (Consciência indireta: moral X exacerbação dos instintos), isso faz com que a pessoa acometida por essa “doença” cometa seus crimes e não sintam culpas. Fiquei realmente sensibilizado com o destino dessas pessoas. E pesquisando mais a fundo, eu realmente não sei mais o que pensar.
Cheguei acreditar em inocência, pelo fator de “não-escolha”, mas normalmente nos textos que encontro está palavra estar ligado ao fato de ser bom, de ser criança ou não ter malícia, e como não acredito em bondade, nem no conceito de que criança é um ser inferior ao adulto, e mais ainda como tenho a certeza que todas as pessoas são maliciosas, resolvi não me aprofundar no assunto.
Quando ainda pesquisava sobre os causas e as possibilidades de um psicopata, me lembrei de um psicopata que o cinema divulgou, o Hannibal Lecter, da trilogia (Hannibal, o Silencio dos inocentes, Dragão vermelho e Hannibal – A origem do mau), mais ainda passei a acreditar que é preciso ter cultura e entendimento para ser um psicopata.
Segundo pesquisas Hannibal foi realmente um personagem real, nasceu na Lituania, e segundo especulações era descendente dos Sforza, (família temida por seus terríveis e brutais atos) e dos Visconti (Importante familia da região de Milão que possuia o apelido de Dragão Antropófago, daí se retira a sua tendencia canibalesca), segundo o filme Lecter cresceu em meio a segunda guerra mundial, onde sofreu com a morte de seus familiares pelos próprios lituanos. Passando-se alguns anos, Hannibal torna-se doutor em Psiquiatria, viajava pelo mundo conhecendo novas culturas e delicia-se com seus crimes, saliento para quem não assistiu os filmes que Lecter é uma pessoa simpática, culta e de expressões sensatas. Com a leitura que fiz do filme, tenho certeza que ele tem consciência dos seus atos. Consciência é a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente, e como Lecter era formado em Psicologia, deve ter noção dos casos de forma aprofundada tendo por base, a introspecção, que nada mais é do que auto-exame dos pensamentos, impressões, sentimentos próprios e capacitadade de julgar. Isso tudo muito me lembra Ivone.
Mas o que eu não entendi até agora, é o que nos leva a ter sentimento de ódio e as vezes compaixão por Ivone e Hannibal. Talvez seja o fato de todos nós termos um pouco deles. Agimos feito psicopatas e sabemos de fato que estamos doentes, vide a quantidade de gente que se diz vingada com as cenas de violência amplamente divulgada e debatida da personagem Melissa Cadore (“a mulher voluvel”) e com Ivone (“a pisicopata”) da novela Caminhos das India. Como diria Geovane Improta da novela Senhora do destino: “Quanto mais eu vivo mais me contradigo” Eu digo mais ainda: No fundo no fundo, somos uma mistura de Ivone e Hannibal, na eterna procura do analista.


Reinaldo Sousa. 11 de agosto de 2009.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Luiza Possi em seu melhor trabalho.



Faixa 7:


Tango de Nancy
Chico Buarque


Quem sou eu para falar de amor
Se o amor me consumiu até a espinha
Dos meus beijos que falar
Dos desejos de queimar
E dos beijos que apagaram os desejos que eu tinha
Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar nunca fui minha
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida
E me deixou assim
Homens, eu nem fiz a soma
De quantos rolaram no meu camarim
Bocas chegavam a Roma passando por mim
Ela de braços abertos
Fazendo promessas
Meus deuses, enfim!
Eles gozando depressa
E cheirando a gim
Eles querendo na hora
Por dentro, por fora
Por cima e por trás
Juro por Deus, de pés juntos
Que nunca mais


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Provocar


Eu não quero te amar,
apenas quero brincar,
com os sentimentos,
tornar-me um tormento,
ausências a Ti.

Quero entrar no teu quarto nu,
e sair limpo dos cheiros,
dos suores e dos gozos.

Quero encostar na tua boca,
e voltar para aquelas brigas,
ocas, que eu adoro.

Não quero você,
torno a mim,
apenas quero os sentimentos,
tornar-me um tormento,
ausências a Ti.


Reinaldo Sousa. 30 de julho de 2009.
Uma escrita em homenagem ao meu relacionamento.

Tudo é falso


Eu
Realmente devo ser um parvo.
Enxergando nas putas almas de princesas.
E nas princesas almas de putas.
E nos velhos caindo à nobreza.
Há quem diga ter visão.
Digo que cego dela sempre estarei.
E permanecerei.
Pois sempre vi nos mares os sonhos.
Que sempre guardei.
Sonhos de rebento, de inocência, de feto.
Sonhos te tempos bons, tranqüilos, de amor.
Tudo farsa.
Tudo é falso.
Apenas minha angústia é real.
Apenas meu existir é real.
E as farsas.
A farsa de sonhos.
A farsa do guardar.
A farsa.
Tudo falso.



Reinaldo Sousa. 12 de janeiro de 2009.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Desabafo matutino 2


Cansei de tentar explicar-me, pense de mim o que vc bem quiser. Eu durmo em paz!

"Cebolinha", 24 de julho de 2009.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Desabafo matutino

Hoje, assim que acordei, fui enxurrado de perguntas, daquelas que a pessoa que interroga já pensa saber as respostas. Hoje minha honestidade foi posta em questão. Por um tribunal sem júri, apenas o juiz e seu martelo. Por um instante, até pensei em ser meu próprio advogado, lutei, me justifiquei, tentei relevar as injurias sofridas, e me calei. Não queria passar novamente por aquele tribunal, pois sei que eu seria o enquadrado, e fui. Que mundo psicológico é esse, onde a pessoa tem que provar que é honesta? Calei-me quando dei por mim que realmente não preciso provar. Pensem de mim, o que quiser. Me enquadrem na sua mente louca, onde queira enquadrar. Eu não tenho nada a ver com as loucuras do mundo. Não sou psicólogo. Não sou psiquiatra. Não sou santo. Não sou bom, para aceitar submisso tapas que doí e sangra mas, do que o "juiz" imagina. Mas me calo, para não dizer e não fazer coisas que eu possa me arrepender amanhã. Mas o meu silêncio não consente!

Reinaldo Sousa. 23 de julho de 2009.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aos meus amigos


Eu aprendi que são nos momentos de felicidades, que conhecemos os verdadeiros amigos. Pois na dor, os que são humanos se ajudam, se confortam, quando isso não ocorre, se é possível ainda ver o amigo. Mas, é nos momentos de felicidades que podemos enxergar o inimigo, ali a espreita em busca dos teus troféus. Desejando para si o que é teu. Nesse momento, é que se pode observar que realmente somos felizes, pois temos amigos que constrói caminhos, e não disputam eles com suas caras de ovelhas.

Eu tenho encontrado quem se faz feliz, pela minha felicidade, da mesma forma que tenho encontrado quem se faz triste, pela minha tristeza.

Sou um homem de sorte, pois tenho amigos!

Reinaldo Sousa. 20 de julho de 2009.

domingo, 19 de julho de 2009

EU ACORDEI


Eu andei sonhando muito, eis o momento de acordar. Preciso erguer-me do sonho que tenho construído, fantasias de tempos bons, aspirações de tempos de mudanças, tudo isso é muito intenso, mas é falso. Preciso erguer-me e enxergar além das nevoas dos astutos, suas verdadeiras intenções. Sem cair em contos que não engodam nem mais as crianças desta geração, só a mim e a alguns. Preciso enxergar como os “maus”, o verdadeiro sentido da vida. Sentir como os psicopatas e amar como as concubinas. Há em mim, um efeito ao contrario de amadurecimento psicológico, vivo acreditando nas fadas e em seus condões. Sinto-me um aprendiz de mago no meio das magias correndo nos ares, sem controle e sem alvo. Mas é efêmero. Sou capaz de me tornar uma criança e no meio da bagunça, convertei-me em um velho. Da ingenuidade a extrema astúcia, esse sou eu. Uma única moeda, mas com faces, a cara e a coroa. Engano-me muito, minhas trevas ocupam longo espaço, mas sou acordado pelo batuques dos tambores de meus sentimentos, que são sempre feridos por chicotes de amores. Eu andei sonhando muito, eis o momento de acordar. EU ACORDEI.


Reinaldo Sousa. 19 de julho de 2009.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Momento para acordar

Eu andei sonhando muito,
eis o momento de acordar!

buhh!!!!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Minha ingenuidade


- Hoje descobri o quanto sou ingénuo!
- Rapaz, eu não. Sempre me safei de todas as situações.
- Eu não. Não espero que as pessoas façam o que eu não sou capaz de fazer.
- Eu pensava assim e me fudi!
- Sonho com um mundo de fantasias e realidades que só existem na minha mente, algo como...
- A ingenuidade é derivada da infância.
- Eu não tive uma.
- E o mundo é divido em mundos psicológicos.
- Pode ser.
- E normalmente mau conhecemos o mundo dos políticos, das putas, dos empresários e dos viciados, quem dirá os outros.
- Por isso que eu disse que sou ingénuo!
- Pode um se reconhecer?
- Não sei.
- Só os bons se reconhecem!
- Eu já fui bom, hoje eu sou muito ingénuo para sê-lo.
- Já disse, pode um se reconhecer?
- Eu...
- A ingenuidade estar no fato de não saber que se é ingénuo.
- Eu fui traído...
- Os ingénuos são sem o sabe-lo, quando o sabe, são tolos. Como disse?
- Eu sempre fui ingénuo!
.
.
Reinaldo Sousa. 14 de julho de 2009.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mar me leve!


Foto de Reinaldo Sousa

Águas,
sais,
o mar,
me leve...
para os teus
caminhos fundos,
escuros e densos,
iguais a tua alma.
te espero dormindo!


Reinaldo Sousa. 09 de julho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

desejos

Eu sempre a almejei.
Nos sentido mais amplo dessa palavra.
Cobicei.
Viagei.
Por sonhos e desejos que esperei.
Não eram meus.
Apeteci.
Mirei nos alvos errados.
Me destruir.
Ansiei.
Aspirei como os invejosos.
Consegui.
Somente o mar e as espumas na cama.


Reinaldo Sousa. 24 de junho de 2009.

domingo, 21 de junho de 2009

Um homem incomum


- Eu sempre me considerei um homem incomum.
- Por quê?
- Um homem que foi criado apenas por uma mulher, não poderia ser igual aos outros.
- Sei..
- No entanto, eu tenho me encontrado igual, aos meus iguais de falo.
- Entendo...
- É normal que um homem pense em sexo, queria ter várias noites para saciar sua sede de cheiros, suores e êxtase.
- Sei...
- Mas eu estou envolto de nuvens de pensamentos estranhos, pensando e querendo coisas que só os adolescentes em sua ânsia pelo prazer buscam.
- Hum...
- Considero-me um homem maduro, já vivi e passei por coisas que só eu sei, e não fiquei com nenhuma seqüela psicologia...
- Sabemos!
- Ao menos eu acho...
- Sei...
- Mas sexo ta virando um tabu para mim. Vivo nos banhos frios que eu detesto, e eles estão se tornando cotidiano em minha vida, a água fere a minha carne com tanta intensidade que eu esqueço dos meus calores e minhas vontades selvagens.
- Fale-me mais sobre isso!
- Eu me considero um homem incomum.
- Sabemos.
- Nunca deixei o meu pênis guiar a minha cabeça, sou racional. Um homem não pode e nem deve deixar seus instintos o dominarem, isso sempre o leva a cometer atos impessados.
- Interessante!
- E eu ando cometendo loucuras infantis. Regressei a infância como se a não tivesse tido. Talvez eu não a tivesse tido mesmo.
- Hum...
- Mas não há freios. As coisas fogem ao meu controle e quando vejo há culpa, há sentimentos confusos e tudo é estranho.
- Sei...
- Doutor, eu sou um homem incomum?
- hum?


Reinaldo Sousa. 21 de junho de 2009.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eu não quero amar - Parte 2


Eu quero acreditar no amor, na construção de algo a dois. Mas, eu sonho demais com a grandeza de uma liberdade que assusta minhas vitimas. Pois é, sou eu o algoz dos mundos românticos dos meus amores, eu destruo os sonhos das transas silenciosas, acalentada de suor e movimentos agressivos das minha vitima.

Sou eu o capataz, subjugando os escravos a dura e árdua tarefa de correr atrás das minhas correntes. Eu sou a raposa que adentra o cercado e destroça calado as ovelhas, que mais tarde sai nas fezes como lobos. Mas eu sou o lobo. Eu sou o frio, o agressor, o resto é tudo vitima.

Mas eu sei que não nasci para amar, sou calculista. Os que calculam os riscos, não amam. Amar é roleta russa com o revolver todo preenchido de bala. Torcemos para ter a sorte de não sair pelo cano nenhumas delas. E que a sorte estejam com todos.


Reinaldo Sousa. 16 de junho de 2009.

sábado, 13 de junho de 2009

Sonho Profético

Gustave Doré: Don Quijote de La Mancha and Sancho Panza, 1863

Hoje eu tive mais uns dos meus sonhos proféticos. Sonhei que era um bravo, como os titãs. Combatia meus inimigos com força e rigor extremo. Incorruptível, meus companheiros eram meus braços, minhas pernas, e conquistar era fácil. Alexandre da Macedônica se curvou diante do nosso exercito, Esparta e seus temidos guerreiros, eram formiga em nossas mãos. Não havia exercito no mundo que nos deter-se. Tínhamos um sonho, o sonho de ser livre, de conquistar riquezas e melhoras para nosso povo, enfim, sonhávamos o sonho de todos os grandes conquistadores.
Acordei. Ao meu lado, o vazio e o silêncio das coxias, as espadas jogadas no chão, e alguns elmos com as cabeças cortadas no espeto. Em meu peito um calcanhar de um homem branco com bigodes grisalhos, com uma enorme estrela vermelha no peito, e as outras cores o acompanhava. Em meio à névoa que se cobria de sangue no ar, vi alguns dos meus antigos companheiros gritando e saudando o nome do nosso inimigo. Virei ao lado e não quis mais sonhar. Quis acordar dos sonhos. Só não sabia que já estava acordado. Então "quixotiei".


Reinaldo Sousa. 13 de junho de 2009.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Eu não quero amar!



Por este dias andei pensando sobre amar. Pensei ter esse direito. Sonhei acordar nos braços de meus lençóis envolto de sangue e cheiros de caça. O amor não é para os românticos. O amor é para os agressores e para suas vitimas. Eu não sei agredir. Aprendi tecer teias de carinhos até mesmo aos meus inimigos, e caio sempre no abismo dos que são refém. Mas não sei amar. Minha jaula é forjada de mistério e de chantagem. No entanto, como "sou o bom" aceito o decreto e viajo nos sol nascendo no quadrado. Tudo é redondo. Tudo tem volta. Mesmo que o bumerangue encontre ventos ao leste, ele voltará ao seu arremessador.

Percebi hoje, que não sonho com amores perfeitos. Nem com os imperfeitos. Apenas sonho como os romanticos. Os fantasmas são mais reais do que o fôlego dos românticos. Românticos são tolos. Eles acordam e ligam suas lanternas no escuro, em busca dos seus amados, mas preferem as flores, os bombons e os mimos da galhofada circense que é se apaixonar. Eu nunca quis me apaixonar, viver preso a um ser, me faz temer tal sentimento. Quero beijar, transar, acarinhar, sentir a respiração e os cheiros, mas só isso, isso me basta. Não quero que me liguem, que me façam perguntas, que me sigam. Sou livre, e assim quero morrer. Por isso, espero que meu coração tenha secado de fato. Como marte e as suas terras áridas, que o amor em mim, encontre pedras trincadas e secas.

Reinaldo Sousa. 10 de junho de 2009.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pensando sobre a felicidade...


Hoje eu dei por falta de coisas e pessoas que eram ou foram importante para mim. Eu tenho um memoria curta, no entanto, tenho guardado os momentos felizes, mais até dos que os tristes, isso é novidade na minha vida. E por isso, não tenho dormido bem. Ando pensando em coisas que fogem ao meu controle, e viajo em coisas que talvez só os "anjos e demonios" tem ciência. Pensativo. Calado. Olhando para o teto querendo enxergar além dele, não sei exatamente o quê. Esse sou eu, nesses dias nublados, com chuvas ocasionais e cidade no caos.
Reinaldo Sousa. 03 de junho de 2009.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

26 anos de "não-vida"


Hoje eu completo 26 anos de bactéria na infecção. E a única certeza que tenho em mente é o fato de não ter construído nada. De ser somente uma bactéria no mundo do pus, e saber que a infecção é resultado de todos. Tenho certeza que sairei desse palco interpretando a canção desconhecida, até mesmo por mim. Por isso, eu tenho andado por covas e infernos parecidos com os tempos de guerra, embora há quem diga que é na guerra que nós encontramos o verdadeiro sentido da vida. Na real, minha guerra não tem lados, só eu nela. Não sei de fato o que acontece, mas sei que atiro e me defendo nas coxia. E nelas, acordo hoje completando mais um ano de vida vazia, apenas sonhando os sonhos de alguém invisível, e cheios de vícios que não compreendo ou não quero compreender.

A vida é sem dúvida uma odisseia, não aquela de Odisseu, mas aquela de Hércules e suas tarefas, e no meu caso a deusa Atenas, antes defensora do herói, torna-se umas das minhas inimigas. Não tenho aliados, nem defensores e nem amigos. Viver é uma tarefa árdua, para quem nasceu sem direitos, mas com varias obrigações, e conhecendo que as obrigações são de fato algo imutável. E são. Eu sou o herói? Uma vez, participando de uma oficina de teatro, um diretor teatral (Ronaldo Braga), perguntou-me: "O que te motiva a não se matar quando você acorda pela manhã?" Confesso que até hoje, nessa data em que completo mais um ano de "não-vida", ainda não sei a resposta dessa pergunta. Não é possível que alguém saiba. Não há motivos. Vivemos na esperança de não acordar no amanhã, mas nossa esperança termina na manhã e renasce ao anoitecer. Somos covardes, por isso não nos matamos. Eu sou um covarde por isso deixo a vida cumprir seu papel, de me mostrar as minhas fragilidades, humilhar-me na prateia de pus e depois extinguir-me.

Irei completar mais alguns anos de "não-vida", receberei presente pela minha existência de amigos e familiares, até mesmo dos meus inimigos. Cada um cumprindo o seu papel social. Que lindo... E ainda receberei durante os anos que se seguem na infecção, um livro, abrirei e declamarei o roteiro do pus nos palcos infectados de bactérias, e depois descerei ao ultimo palco dramático de toda "não-vida", o túmulo. Feliz Aniversário, Reinaldo Sousa. Felicidades, Paz e Sucesso!

Reinaldo Sousa. 24 de maio de 2009.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Palmatória para a verdade


“Estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não
acredita no que vocês escrevem. Nós nos reelegemos mesmo assim”.

Exmo Deputado Sergio Moraes


Atualmente, há uma onda que aterroriza as pessoas que dizem as suas verdades. Estou meio sensibilizado com o Deputado Sergio Moraes do PTB-RS, relator do conselho de ética. Acredito que estamos na hera da "PALMATÓRIA PARA A VERDADE". Ora, é sabido por todos, que muitos ou na sua totalidade os deputados e senadores deste grande pais estão mesmo se lixando para a opinião pública. Então porque o espanto, quando um dos mesmos verbaliza a verdade? Há alguma mentira na frase do exmo deputado?

Existem uma verdade inquestionável e uma que se pode pensar nessa frase do exmo deputado. Vamos fazer uma analise:

"Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem". Não acredito nessa frase pronunciada aos jornalista. Isso não é uma verdade. Acreditamos na mídia, fazemos leitura diária de jornais, revistas, televisão, radio e etc. Sabemos da influencia desses veículos na vida social, e quem são os donos desse instrumento de poder. Só que temos um problema cronico de memoria...

“Estou me lixando para a opinião pública [...]; Nós nos reelegemos mesmo assim”. Essas frases são inquestionáveis. Os políticos não precisam da opinião dos eleitores, a não ser nos dias que antecedem as eleições, então não entendo a indignação da mídia e dos brasileiros, pois isso é um fato, vide os políticos envolvidos no mensalão que tiveram seus nomes publicados, republicados e "reepublicados" pela mídia, eles em sua maioria foram reeleitos, e os que não foram, com certeza serão na próxima.

Parece que nós gostamos das verdades ocultas, expressa-las são proibidas. Engraçado... ainda se castigam as criancinhas que falam mentiras.

Aqui expresso minha solidariedade aos políticos que falam as verdades e as criancinhas que ainda apanham por dizerem mentiras.


Reinaldo Sousa. 22 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A perda ou achado?

Em meu postagem "o sumiço" em 12 de maio de 2009, meu colega de faculdade e então amigo, publica o seguinte comentário:

"O sumiço para mim é uns dos seus melhores poemas. Rei, se esconder é um ato de covardia. Todos os covardes se escondem em meio as suas tumbas e suas religiões. Eu prefiro os que dão a cara ao tapa, mas sem dar o outro lado. O poema: O sumiço, para mim é uma crítica do poeta a si mesmo. Apareça, meu rei! Enorme abraços".

A resposta: "Quando nos escondemos, principalmente em nós mesmo, ninguém nos encontra, as vezes nem nós mesmos. O sumiço faz parte da vida, a arte de sair e entrar não é conhecida por todos, nos palcos as pessoas se sentem mais felizes. Eu me sinto mais feliz fora dele, interplentando a mim mesmo. Atrás da cortina eu posso ser eu mesmo. Sem mascara sociais, sem bandeiras, sem medos, sem doenças, enfim..."

"O meu poema, meu caro César Neto, é uma critica aos que permanecem no palco, tendo a consciência do espetáculo que acontece e ainda ajudam a construir o roteiro. Covardia é continuar no espetáculo!!!! Infelizmente, eu ainda sou um covarde, meu espírito ainda continua nos palcos. Abraçus meu amado amigo!".

Resultado: Eu perdi o amigo. Se é que se pode perder um amigo, ou nunca se achou ele? Eu não continuarei a falar o que penso, pois ofender é a primeira coisa que nós seres humanos aprendemos, assim que saímos da redoma. Mas, se alguém se ofende com a sinceridade entre amigos, esse é digno de pena e de um bom psicanalista.

Reinaldo Sousa. 18 de maio de 2009.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Não sei, não sei mais nada.

Eu sei que sou amado e que as pessoas gostam de mim naturalmente; Eu sei do meu potencial e das minhas limitações; Eu sei dos meus defeitos e ainda mais das minhas qualidades; Eu sei o quanto peno para conquistar as minhas próprias vitórias, mas sei com quem posso contar para a grande cruzada; Eu sei do afeto de minha mãe por mim, mas ainda da ligação que tenho nela; Eu sei do meu conhecimento e mais ainda da minha vasta ignorância; Eu sei dos meus anseios; Eu sei dos meus ódios e mais ainda dos meus amores; Eu sei dos meus sonhos, mas não esqueço os meus pesadelos; Eu sei e reconheço as minhas bandeiras, mas ainda a minha dignidade; Eu sei dos meus amigos e conheço os meus inimigos; Eu sei ser leal, mas ainda não bajular; Eu sei que amo, mas ainda sou oco.



Eu sei de poucas coisas, mas HOJE descobrir que talvez NADA SAIBA.

“Cavo e extraio estrelas nuas
De tuas constelações cruas
(…)
Não sei, não sei mais nada.
Só sei que canto de sede dos teus lábios”
Teu nome mais secreto, ADRIANA CALCANHOTTO.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O sumiço


Não andes
pensando que me encontras,
se me escondo.

Meus esconderijos,
não são apenas em buracos,
estão atrelados em portas,
que só o diabo e seus anjos têm a chave.

Não andes
pensando que me encontras,
se me escondo.

Os atalhos
escondidos nos matos,
estão submergidos de mares,
que só Iemanjá e as suas tem a chave.

Não andes
pensando que me encontras
se me escondo.

Nos cemitérios
As tumbas parecem escuras e são.
Estão trancadas de silêncio,
Que só eu tenho a chave.

Não andes
pensando que me encontras
se me escondo.

Reinaldo Sousa. 12 de maio de 2009.

Dedico esse poema ao meu irmão, que hoje completa mais alguns anos de vida. Seja feliz, meu irmão... e tenha a chave do seu sumiço!

sábado, 2 de maio de 2009

Os sonhos

Os Homens e seus sonhos,
sonhos de sonhar com coisas boas.
sonhos de sonhar com coisas úteis.
sonhos de sonhar com coisas reais.

As Mulheres e seus sonhos,
sonhos de sonhar com coisas boas.
sonhos de sonhar com coisas úteis.
sonhos de sonhar com coisas reais.

Os Brancos e seus sonhos,
sonhos de sonhar com coisas boas.
sonhos de sonhar com coisas úteis.
sonhos de sonhar com coisas reais.

Os Negros e seus sonhos,
sonhos de sonhar com coisas boas.
sonhos de sonhar com coisas úteis.
sonhos de sonhar com coisas reais.


Reinaldo Sousa. 02 de maio de 2009.
Oferece esse escrito aos sonhos que nos apavoram quando acordamos.

sábado, 25 de abril de 2009

A morte e a vida


Quando estamos preste a morrer, é então que decidimos viver.

Mas, talvez possa ser tarde!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mundos

Eu me sinto com forças para mover mundos.
Mas prefiro não movê-los.
Os mundos ocupam os lugares em que estão, por algum motivo.
Não cabe a mim, mudar o que o universo construiu com zelo.
Tenho consciência que eu tenho o poder de mudar,
Tenho as armas e a disposição na destra, mas prefiro não lutar.
Prefiro me abster de mudar vidas, se elas não desejam mudança.
Prefiro ficar calado, se os ignores não almejam o fato.
Prefiro juntar-me ao seu tédio, do que gritar aos surdos.
Prefiro juntar-me ao seu ócio, do que trabalhar em vão.
Mas mesmo assim, ainda me sinto com forças para mover mundo,
Mas prefiro não movê-los.


Reinaldo Sousa. 16 de abril de 2009.

sábado, 11 de abril de 2009

Lascívia. Luxúria. Liberdade.


Leve-me para onde quiser ou deixe se levar por mim.
Se me permitir, contigo farei loucuras.
Não tenho signo, não tenho idade, não sou de ninguém.
Sou terra, água, ar e fogo.
Posso lhe fazer voar, cair, sonhar ou queimar.
Posso ser sua hoje, posso nem lhe conhecer amanhã.
Posso lhe lamber a boca noite dessas, posso lhe negar sorriso dia desses.
Não confie em mim.
Não duvide de mim.
Não se apaixone por mim.
Posso lhe querer uma noite, várias noites.
Posso não lhe amar nunca.
Sou amante: não peço nada, não espero nada.
Não me peça nada.
Espere tudo de mim.

L. Gris
Link para o Blog: http://coresgris.blogspot.com/

quarta-feira, 25 de março de 2009

Salvador e seus 460 anos


A cidade de Salvador completa 460 anos.

Surge uma pergunta,

O QUE COMEMORAR?

-

domingo, 15 de março de 2009

Insonia

Quem me dera,
que ao fechar os olhos,
eles não abrissem mais.

Fechassem para luzes perversas da claridade,
e abrissem para sombras ausências do escuro.

Quem me dera,
que minha cama tragasse meu corpo,
e ele não sentisse mais frio ou calor.

Fechassem meus sentidos para o mundo,
e abrissem minha carne para os germes.

Quem me dera,
não ser importunado na minha tumba,
pois eu tenho medo de dormir e acordar.


Reinaldo Sousa. 15 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Lugar de criança é na infância... por JULIANA MOURA


Nas últimas semanas, um fato que ultrapassou os limites do entendimento, da covardia e da desumanidade provocou reações de repúdio, além de um sentimento incontido de revolta e vergonha, em grande parte da população pernambucana: a gravidez de uma menina de 9 anos, que teria sido estuprada pelo padrasto. Não há outra forma de mencionar essa quimera, não há qualquer eufemismo ou disfarce a ser usado para tratar de um assunto tão infame quanto controverso. Para isso, é preciso que reconheçamos a decadência dos nossos valores e das nossas instituições (dentre elas, a mais preciosa: a família). É necessário que esqueçamos pudores e afirmemos: a violência doméstica é uma constante e o Estado, arraigado pela corrupção, não tem despendido força suficiente para combatê-la. É imprescindível percebermos (ou, finalmente, entendermos) que a prostituição infantil não é história em quadrinhos: ela já tolheu, já maltratou, já humilhou e já pulverizou a inocência, pois a mácula impune de uma única criança constitue crime, ouso dizer, contra toda a humanidade.

Entretanto, o foco de uma discussão que poderia ser séria e responsável foi transferido, de forma quixotesca, para o âmbito da religião e do preconceito. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, decidiu eleger a equipe médica selecionada para interromper a gravidez da menina (que não tem estrutura física para suportar dois bebês, já que espera gêmeos, nem maturidade para ser mãe) à categoria de "moinhos de vento", ameaçando médicos e enfermeiros de excomunhão e empregando toda a sua influência para garantir o fiel cumprimento do 6º dos Dez Mandamentos: "Não Matarás". Alguém esqueceu de ensinar ao arcebispo um dos mandamentos mais importantes da lei da vida: "Lugar de criança é na Infância".

A comunidade deve ser instruída a relatar às autoridades policiais os casos de abuso e de exploração infantil; os professores, diretamente envolvidos com as vivências e o cotidiano da criança e do adolescente, devem permanecer atentos ao comportamento desenvolvido pelo aluno durante o período de atividades escolares; o Estado deve investir em políticas públicas de educação, instrução e combate à violência doméstica, reprimindo a conduta delitiva, oferecendo suporte à família, e, através de sua força coercitiva, coibindo a grande indústria de exploração sexual que agride a infância e fere os princípios do Estado Democrático de Direito.

Fato incontroverso é que a exploração sexual infanto-juvenil efetivamente existe, estendendo-se desde as práticas abusivas cometidas no interior do ambiente familiar até os absurdos expostos em praças públicas, grandes avenidas e albergues mantidos por "cafetinas". Ponto de interrogação é a importância atribuída a essa realidade, que é negligenciada pelo Poder Público (que se omite), pela sociedade (que não reivindica), pela Igreja (que desvirtua a problemática), por mim (que, no quebra-cabeça do conformismo, sou peça fundamental).


Texto copiado do Blog "O Zero e o Infinito" de JULIANA MOURA, Pernanbuco/Brasil.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Meus cacos


Hoje recolhi meus cacos,
Aqueles que caiam em dias comuns,
Dias de chuva, de tédio, de ausências.

Pedaços de mim tão pequeno,
que os olhos nus não enxergam.
Mas, meu corpo sente falta.
Ínfimos pedaços que dói e sangra até hoje.

Hoje recolhi meus cacos,
e dele restaurei um vaso.
Vaso de sangue, de lagrimas, de desespero.

Pedaços de mim tão pequeno,
que juntos se constrói outra vida.
Mas, não há vontade de recriar.
Ínfimos pedaços que dói e sangra até hoje.

Hoje recolhi meus cacos,
e percebi que há muito tempo não respiro.
Apenas inspiro o ar dos mortos,
Dos calados, dos fingidos e dos afogados.

Hoje recolhi meus cacos,
Pedaços de mim tão pequeno.
Ínfimos pedaços que dói e sangra até hoje.



Reinaldo Sousa. 27 de fevereiro de 2009.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Saudades do desejo


Eu ainda sinto o teu sexo,
E os cheiros daquela noite.
Noite em que me embriaguei,
Noite em que me desarmei.
Ainda lembro do teu olhar,
Das nuvens nebulosas do quarto,
Do prazer e das vontades saciadas,
Das cenas de amor interpretadas.
Ainda desejo o teu corpo,
E tudo que ele me oferece:
Teus lábios em meu cadáver,
Teus cabelos em minha face,
Teus seios em minhas mãos,
E desejos juntos aos meus.

Dedico essas linhas aos amigos que dizem que sou/estou pornográfico, você são uns hiprocritas, mais eu os amo.

Reinaldo Sousa. 22 de fevereiro de 2009.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O DIA EM QUE BROXEI, por reinaldo sousa


O dia em que broxei

Esse com certeza é um dos assuntos que mais frustram e envergonham os homens. Mas, para mim é normal, como todas as coisas que afligem os fracos. Sempre me sentir o cara, o furador, aquele que invade sem dor, com sua lança a perfurar o inimigo. Nós, os homens, somos sem dúvidas guiados pela cabeça de baixo, embora sem conhecimento haja outras cabeças. Recordo-me que quando criança cuidava de meu brinquedo, como se eu já fosse programado para saber que ele seria muito útil para ou em algum momento de minha vida. Naqueles momentos ele é o nosso amigo, o nosso tesouro. Às vezes, com a inocência e a curiosidade de criança, pegava e notava que algumas alterações aconteciam, ficava atônito e ao mesmo tempo curioso para ir além daquilo, mas os freios, aqueles que minha mãe me ensinou quando me pegou massageando me impediam. Esses freios, não sabem as mães, mas deixam à massagem muito mais interessante.
Era adolescente, a pior fase que um homem pode passar na vida. Quaisquer pensamentos, com muito azeite e pimenta, levam-nos a correr ao banheiro ou a quaisquer lugares a sós, para a grande aventura. Eu me recordo que meu tio, guardava embaixo de sua cama, muitas revistas. Sua coleção chegava a cansar os olhos. Sempre olhei sem ele saber. Quando chegava da escola, fingia estudar, e entres as paginas de livros de matemática e português, estavam lá aquelas moças peladas, com seus sexos amostra, e aquilo tudo me excitava muito. Lembro-me que passava horas lendo aqueles contos, alguns ainda me lembro, como de uma secretária que era assediada pelo chefe, que a ameaçava de demiti-la, e ela como moça que precisava do emprego, acabava por ceder às opressões do seu chefe. Esse conto com certeza é um clássico no meio pornô.
O tempo foi passando, mas ainda não tinha terminado de ler todos os contos ilustrados, guardado debaixo da cama do meu tio. Falando um pouco de meu tio, ele já era um homem, deveria ter uns trinta e cinco anos. Naquele momento de adolescência, eu não entendia porque ele guardava aquela coleção, ele poderia ter a mulher que quisesse, era um dom Ruan. Sempre admirei meu tio, se tivesse um modelo a ser seguido de masculinidade, ele era o próprio.
Enfim, como todo o homem, me apaixonei. Não sei se pela pessoa, ou pelo que ela representava em meus hormônios. Mas, foi tão intenso, que meu corpo e minha mente duelavam pela prevalência do seu existir. Para minha sorte, não precisei caçar, a caça veio até mim, deixando ser devorada e destroçada. Alias, não tenho do que reclamar ou agora tenho, nunca fiz esforço que um caçador faz, a caça sempre se despoja em meus pés. Nasci com aquela coisa, que poucos homens têm, não sei denominar ao certo, mas alguns dizem charme, outros denominam de atração. Mas a única coisa que sei de fato, é que a presa sente o cheiro e se rende. Como dizem que os homens não amam, então fiz sexo pela primeira vez com minha presa. Recordo-me de ter imaginado que ela fosse minha secretária, e eu o poderoso chefe a ponto de demiti-la. Não vou contar detalhes. Aquela tarde em que nos bebemos, não só o liquido do prazer, pois foi também a primeira vez que provei bebida alcoólica, foi a noite mais prazerosa de minha adolescência. Nesses momentos, nós homens nos sentimos poderosos, e somos.
Ingressei na maturidade. Minha primeira namorada havia virado recordação de infância, e eu me tornei um homem de fato. Cheio de deveres, de consciências, de defeitos, de ética e regras morais. Trabalhava feito um escravo, que meus antepassados foram. E as revistas que outrora, me distraia com seus contos, não faziam mais parte de minha vida. Nessa fase minha vida sexual não era agitada, sonhava demais, pelo que li e vi naqueles contos. Achava tudo aquilo muito real, e queria uma secretária para possuir. Encontrei varias. Mas o meu dom, ao menos eu achava que era um dom quando adolescente, tornou-se uma maldição na minha maturidade. O homem foi programado para caçar, e não ser a presa.
Sei que você deve estar se perguntando, o que tudo isso tem a ver com o titulo desse relato, mas tenha calma, logo você vai entender. Como estava dizendo. Eu comecei a detestar os jogos de caça. Sentia-me perseguido, usado, olhado e morto. Ora, esse é o meu papel. Eu o fazia bem. Foi quando conheci uma presa, que já estava morta há tempos. Hoje eu prefiro ser rejeitado, levar um não, do que insistir na arte da caça com uma frigida. Mas naquele tempo, eu precisava daquilo, alguém enfim que teria de lutar para conquistar. A luta não seria fácil, apesar do meu dom, não quis usá-lo, queria conquistá-la de outra forma. Da forma mais difícil que eu pudesse encontrar.
Continuei no incrível, porém triste caminho da maturação. A morte se aproxima de mim a cada dia. Posso até sentir seu bafo em meu pescoço. Mas continuando. Eu aprendi a gostar da frigida, seus encantos eram tão grande, que ela nem imagina. Aquela boca era para mim a fuga dos meus problemas e remédio até para meus tédios. Beijava, e beijava com gosto. Só que o retorno era sempre ofuscado com seus lábios frios. Então, eu partia para o mais. E sentia que seus lábios esquentavam. Há esperança. E eu não parava, queria dominar minha secretária, sem pensar em demiti-la, mas em amá-la. Os homens amam sim, eu já amei e talvez ame até hoje. Fomos para cama, e percorremos todos os cantos que se é possível percorrer em um corpo, sentir que ela me amava, que me desejava, suas mãos me deixavam louco. Foi então que percebi que meus desejos estavam confusos, e que novamente havia virado a caça, agora vocês podem entender como surgiu o título desse relato.
.
.
Reinaldo Sousa. 19 de fevereiro de 2009.
Os dias passam.
Mas a tua imagem,
Continua a mesma para mim.
Ainda lembro do teu rosto.
Do teu beijo.
Do teu toque.
Da tua ausência.
Do teu não existir.
Mas, mesmo assim.
Tudo leva-me a crer em Ti.
Tudo leva-me apaixonar por Ti.

Reinaldo Sousa. 17 de fevereiro de 2009.

Ofereço essas linhas de loucuras a uma pessoa "dançante" que se tornou muito especial em minha vida, não direi seu nome, pois ninguém merece pronuncia-lo. Só eu.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em oração

Tenho orado como nunca.
Não sei o porquê.
Minhas orações não são ouvidas!
Meus pecados não são tão graves!
Mas tenho orado.
Falado coisas sem sentidos.
Sem nexo.
Aproveitando para chorar meus choros.
.
Reinaldo Sousa. 17 de fevereiro de 2009.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A GRANDE VIAGEM, por reinaldo sousa



A grande viagem


Lembro que naquela manhã eu acordei com os sentidos aflorados, era dia de mudanças. Eu podia sentir. Mas, não acreditava muito nisso, pois como sempre, não há nada de diferente dos outros dias. Pois eu coloquei o mesmo pé de sempre no chão, o sol brilhava igual, como a todos os dias de verão. Tudo era igual. Porém, às vezes os pássaros voavam nas palmeiras a beira da minha janela, e cantarolavam mudanças. No entanto, isso nunca foi algo novo, a minha viagem.

Depois de passear os olhos pelo teto, levantei da cama, e fui até o banheiro, lembro-me de ter visto a mesma face de sempre no espelho, incrível, o tédio me acompanhava até mesmo ao banheiro. Logo quando sair do banheiro sentei na cama, olhei para os lençóis, eles como sempre estavam arrumados, como se eu não tivesse deitado minha consciência neles. Naquelas noites, próximas a minha viagem, tive vários pesadelos, pesadelos que foram tão reais, que os meus lençóis deveriam estar destroçados. Deveriam.

No quarto minhas malas, e algumas roupas que decidir deixar para trás, as ganhei no ano passado, me lembrava alguém. Deixava também em cima da escrivaninha o relógio que minha mãe me dera naquele ano de aniversário. Só levaria nessa viagem o necessário, para me recordar de algumas coisas essenciais, foi o que imaginei e estava a fim de fazer. Então, resolvi abrir a mala novamente, olhei as roupas e o tédio me acompanhou. Nada me lembrava nada, então fechei a mala.

As horas passavam como de sempre. Lenta. Tudo em minha volta, e até mesmo os meus gestos pareciam estar letárgico e estavam. Andei pelo quarto, esperando encontrar algo que injetasse adrenalina na minha alma, quando deparei com um porta retrato. Lembro-me de ter olhado por algumas horas para aquele porta retrato. Mas, como sempre não sentia nada. Ou talvez sentir. Não me lembro. Sei que depois de muito olhar, peguei o porta retrato em meus braços e acalentei com músicas salgadas. Agora me lembro. Eu sentir algo. Sofria pelo tédio, pelo invisível, e pelo desconhecido. Chorava olhando para aquele porta retrato, sem saber ao certo o que significava tanta emoção. Só sei que sofri. Até hoje eu não entendo, como podemos sofrer tanto pelo desconhecido.

Havia chegado o momento de ir ao aeroporto, nem me lembro como nele cheguei. Só sei que andei no deserto, noturno dos meus pensamentos e junto minha alma viajou nos sentidos que eu esperava alcançar nessa viagem. Depois de muito viajar nas ausências, é chegado o momento do embarque. Sentei por um momento na cadeira e tentava me lembrar de algo que havia esquecido de trazer comigo. Não conseguir lembrar. Olhei para as pessoas entrando no portão de embarque, pessoas felizes, pessoas sérias, pessoas sós e pessoas, somente homem e mulheres. Lembro também de não ter feito o check-in.
.
.
Dedico esse texto a minha grande amiga, companheira de cinéfilia, Jô Costa, pois a idéia central dele veio de sua fantástica cabeça!
.
.
Reinaldo Sousa. 07 de fevereiro de 2009.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Eu
Realmente devo ser um parvo.
Enxergando nas putas almas de princesas.
E nas princesas almas de putas.
E nos velhos caindo à nobreza.
Há quem diga ter visão.
Digo que cego dela sempre estarei.
E permanecerei.
Pois sempre vi nos mares os sonhos.
Que sempre guardei.
Sonhos de rebento, de inocência, de feto.
Sonhos te tempos bons, tranqüilos, de amor.
Tudo farsa.
Tudo é falso.
Apenas minha angústia é real.
Apenas meu existir é real.
E as farsas.
A farsa de sonhos.
A farsa do guardar.
A farsa.
Tudo falso.

Reinaldo Sousa. 12 de janeiro de 2009.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

FESTA EM FAMILIA, por reinaldo sousa


Festa em família

Não sei como começar. Não sou bom em contar, desenhar ou escrever. Mas sinto em mim e, é maior do que eu, falar sobre essas coisas. Tenho ânsia de contar, como tenho desespero de fugir desse lugar.
Eu sempre acreditei em família, via nas festas de finais de ano, minha inveja declarada ao mundo. Infeliz, eu sempre me achava. O natal era para mim a grande festa, o nascimento de uma comemoração sem significados, mas com esperança de família reunida e risadas ecoando pela sala. Era meu único sonho. As crianças sonham demais, e guardam seus sonhos, eles atravessam os tempos e elas não sentem. Talvez, tenha sido assim comigo.
Eu estava na sala, e por um momento ouvir uns sons, corri. Fui até a porta, e abri-la como se disso dependesse a minha vida. Para minha surpresa, minha tia que mora em frente recebia algumas visitas. Não tive reação, fiquei parado na porta, olhando a casa dela. Mas depois como uma avalanche de pensamentos, indaguei “como pode?”. Minha tia é uma cobra, daquelas que picam, sem fazer cerimônia, e se fazem de santa nos bancos dos santos. Enquanto minha mãe era uma pessoa boa. Eu necessitava de muitas respostas, mas quem me daria?
Então, continuei olhando para casa de minha amada tia, numa mistura de sentimentos de criança, que o papai noel não visitou a chaminé, e tive ainda o prazer dela me notar, e então sem formalidade alguma, olhou nos meus olhos e cerrou a porta na minha cara.
Mesa posta, comida diversificada, minha mãe no fogão, quase meia noite. Chegava o momento, e a campainha não tocava. Meus sentidos andavam pela sala adornada, com luzes e muito verde. Adoro verde. O verde com certeza é a cor, que predomina no meu guarda roupa e nas florestas, representa a vida e segundo alguns a esperança. Eu não me lembro de ter visto outra cor naquela sala, e até as luzes surgiam com tons do mesmo verdejado que vem dos enfeites. Lembro-me também de não tirar os olhos da porta, a quaisquer momentos poderia adentrar a minha esperança, foi o que imaginei. Minha mãe, por vezes chegava até a sala, colocava algo na mesa e voltava calada a cozinha.
Eu não sei como, mas eu tinha certeza que aquele natal seria o melhor de minha vida. Então respirei fundo e voltei a olhar para os enfeites.

Reinaldo Sousa. 17 de janeiro de 2009.