domingo, 8 de novembro de 2009

POEMA DA GRANDE ALEGRIA

“Olhavas-me tanto e estavas tão perto de mim que, no meu êxtase, nem sabia qual fosse cada um de nós... Era num lugar tão longe que nem parecia neste mundo... Num lugar sem horizontes, onde sobre águas imóveis, havia lótus encantados... Vinham de mais longe, de ainda mais longe, músicas sereníssimas, imateriais como silêncio... Músicas para se ouvirem com a alma, apenas... E tudo, em torno, eram purificações... Não sei para onde me levavas: mas aqueles caminhos pareciam os caminhos eternos que vão até o ultimo sol... E eu me sentia tão leve como o pensamento de quem dorme... Eu me sentia com aquela outra vida que vem depois da vida... Eleito, ó Eleito, eu queria ficar sonhando para sempre, queria ficar, para sempre, tão perto de ti que, no meu êxtase, nem se pudesse saber qual fosse cada um de nós...”.
Cecilia Meireles.
Nunca sentir tanto lendo um texto...

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