Eu
Realmente devo ser um parvo.
Enxergando nas putas almas de princesas.
E nas princesas almas de putas.
E nos velhos caindo à nobreza.
Há quem diga ter visão.
Digo que cego dela sempre estarei.
E permanecerei.
Pois sempre vi nos mares os sonhos.
Que sempre guardei.
Sonhos de rebento, de inocência, de feto.
Sonhos te tempos bons, tranqüilos, de amor.
Tudo farsa.
Tudo é falso.
Apenas minha angústia é real.
Apenas meu existir é real.
E as farsas.
A farsa de sonhos.
A farsa do guardar.
A farsa.
Tudo falso.
Reinaldo Sousa. 12 de janeiro de 2009.
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