terça-feira, 12 de maio de 2009

O sumiço


Não andes
pensando que me encontras,
se me escondo.

Meus esconderijos,
não são apenas em buracos,
estão atrelados em portas,
que só o diabo e seus anjos têm a chave.

Não andes
pensando que me encontras,
se me escondo.

Os atalhos
escondidos nos matos,
estão submergidos de mares,
que só Iemanjá e as suas tem a chave.

Não andes
pensando que me encontras
se me escondo.

Nos cemitérios
As tumbas parecem escuras e são.
Estão trancadas de silêncio,
Que só eu tenho a chave.

Não andes
pensando que me encontras
se me escondo.

Reinaldo Sousa. 12 de maio de 2009.

Dedico esse poema ao meu irmão, que hoje completa mais alguns anos de vida. Seja feliz, meu irmão... e tenha a chave do seu sumiço!

2 comentários:

César Neto disse...

O sumiço para mim é uns dos seus melhores poemas. Rei, se esconder é um ato de covardia. Todos os covardes se escondem em meio as suas tumbas e suas religiões. Eu prefiro os que dão a cara ao tapa, mas sem dar o outro lado. O poema: O sumiço, para mim é uma crítica do poeta a si mesmo. Apareça, meu rei!
Enorme abraços.

Reinaldo Sousa disse...

Quando nos escondemos, principalmente em nós mesmo, ninguém nos encontra, as vezes nem nós mesmos. O sumiço faz parte da vida, a arte de sair e entrar não é conhecida por todos, nos palcos as pessoas se sentem mais felizes. Eu me sinto mais feliz fora dele, interplentando a mim mesmo. Atrás da cortina eu posso ser eu mesmo. Sem mascara sociais, sem bandeiras, sem medos, sem doenças, enfim...
O meu poema, meu caro César Neto, é uma critica aos que permanecem no palco, tendo a consciencia do espetaculo que acontece e ainda ajudam a construir o roteiro.

Covardia é continuar no espetaculo!!!!

Infelizmente, eu ainda sou um covarde, meu espirito ainda continua nos palcos.

Abraçus meu amado amigo!