sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sou o único...

Existe uma tristeza tão grande em minha alma, meu amor, que todas as necessidades de um homem é futil para mim. Não há mais esperança no nosso amor. Não há esperança. Apenas uma necessidade infindável de sangrar as lagrimas do desconhecido, que me é tão peculiar. Por isso, chorei em silêncio e forjei uma felicidade que contemplava somente os esquizofrênicos e os que sofrem de abstinência. Há em todos, principalmente em você, a necessidade e a busca pela felicidade, os amores, os prazeres e as sensações, em mim encontra-se apenas a vontade de não sentir, de não ser, e de acordar desse sonho que não é meu.

Oh, amor, existe uma tristeza tão grande em meu coração, que todos os pedaços dele deixado nas tuas mãos, dissolvem e absorvem o nada, pois estou sendo apenas tua essência, teu gozo, teu desprezo, tua indiferença. Então sinto teu cheiro, o gosto de tua boca, do teu suor, tudo isso ainda é muito meu.

Contudo, ainda percorro todos os dias a vida e o cotidiano que pertence a você, estou sendo um projeto de outro, por isso que meus ideais sempre se chocam com a minha vida, nada é construído para mim. Sou um estranho na tua casa, e na alcova, percebo que sou o único a sonhar com as nuvens verdes e inexistentes. Sou o único que sonha um sonho para dois, sou o único que ama fortemente e anseia estar entrelaçado a um único corpo, a uma unica alma... Sou o único.


Reinaldo Sousa, 24 de junho de 2011.

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