sexta-feira, 6 de maio de 2011

Acordei e acordei acordado!

Foto: Juliana Araujo


Não dormir bem, não acordei bem, mas levantei com a alma brilhando e aceitando meu próprio reflexo. Não sou um homem de sorte, não sou um homem feliz, mas encontro todos os dias a certeza de que posso me tornar aquela nuvem que olho agora da minha janela. Posso voar entre o infinito sem me preocupar com o percurso, sem planejamento, sem incubar em mim os desejos, as sensações, as ânsias, tudo deve ser livre.

Concluo que tudo em mim deve ser desligado da idéia de pensar e refletir, pois é por isso que torno tudo vivido, tudo demasiadamente existido. Preciso viver e reviver a profundeza da aventura, do pular sem olhar para onde cairei, sentir as ondas, aquela da praia do Porto da Barra me levando para o alto mar - não sei nadar.

Acordei querendo viver intensamente, querendo beijar profundamente e fazer amor como se fosse a segunda vez – pois na primeira ainda há freios. Acordei olhando meus pássaros: Clara e Xossi, que brigam e se afagam, se olham e se desprezam, fazem tudo ao mesmo tempo, porém mesmo preso naquela gaiola, se reinventam, se amam, se tocam, se beijam... Acordei com vontade de interpretar e de investigar Franz Kafka, ponderar como nossas vidas são parecidas e ao mesmo tempo dispare. Acordei, e acordei acordado, pensando em dar um giro no Farol da Barra...


Reinaldo Sousa. 6 de maio de 2011.




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