quarta-feira, 10 de junho de 2009

Eu não quero amar!



Por este dias andei pensando sobre amar. Pensei ter esse direito. Sonhei acordar nos braços de meus lençóis envolto de sangue e cheiros de caça. O amor não é para os românticos. O amor é para os agressores e para suas vitimas. Eu não sei agredir. Aprendi tecer teias de carinhos até mesmo aos meus inimigos, e caio sempre no abismo dos que são refém. Mas não sei amar. Minha jaula é forjada de mistério e de chantagem. No entanto, como "sou o bom" aceito o decreto e viajo nos sol nascendo no quadrado. Tudo é redondo. Tudo tem volta. Mesmo que o bumerangue encontre ventos ao leste, ele voltará ao seu arremessador.

Percebi hoje, que não sonho com amores perfeitos. Nem com os imperfeitos. Apenas sonho como os romanticos. Os fantasmas são mais reais do que o fôlego dos românticos. Românticos são tolos. Eles acordam e ligam suas lanternas no escuro, em busca dos seus amados, mas preferem as flores, os bombons e os mimos da galhofada circense que é se apaixonar. Eu nunca quis me apaixonar, viver preso a um ser, me faz temer tal sentimento. Quero beijar, transar, acarinhar, sentir a respiração e os cheiros, mas só isso, isso me basta. Não quero que me liguem, que me façam perguntas, que me sigam. Sou livre, e assim quero morrer. Por isso, espero que meu coração tenha secado de fato. Como marte e as suas terras áridas, que o amor em mim, encontre pedras trincadas e secas.

Reinaldo Sousa. 10 de junho de 2009.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gosto de como vc escreve, com intensidade. Só que, pra mim, a paixão é que aprisiona, que forma vítimas e algozes... Já o amor liberta, acalanta o coração...
:)