Hoje reencontrei-me andando na beira do mar. Percebi o reflexo da minhas expressões na face da areia e sentir falta do meu passado. Sempre houve em mim a força que descobre as ondas, continuamente fui cercado e guardado por forças incompreensíveis até mesmo para mim. Nunca foi gratuito, derramei sangue como oferta. Sangrei e sangro até agora, para agradar e celebrar essa força. Mas hoje meu sangue jorra em vão, não é mais benquisto. No entanto ainda houve necessidade de oferta, agora exigiam minha alma. E por um instante, por um longo instante, cedi minha alma, confiei meus desejos, minhas vontades e meu entusiasmo, doei-me para continuar sendo favorecido. Morri por dias e dias, sangrando e vivendo fantasias. Apenas a capa apresentava-se ser o que já fui um dia. Minha verdadeira essência estava lá, passeando nas areias da praia. Ela fitou-me e sorriu, foi recíproco. Enfim, retorno a mim, com esperança de retomada do meu corpo, da minha alma e por fim do meu sangue.
Reinaldo Sousa
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